O revezamento da tocha olímpica de 2012 iniciou no dia 10 de maio, na Grécia
A etapa conhecida como revezamento da tocha
olímpica começou no dia 10 de maio, com o acendimento da chama e, até o
momento, já percorreu nações como Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e
País de Gales.
Agora, essa cerimônia está perto de acabar, com o retorno da tocha
para Londres antes do dia 27, que é quando começam oficialmente os Jogos
Olímpicos. Mas enquanto não temos a tão aguardada abertura do evento,
que tal se divertir com alguns fatos um pouco inusitados sobre essa
cerimônia?
1. Origens da cerimônia
Basicamente, podemos dizer que o revezamento da tocha olímpica existe
por causa de uma tradição grega. Na Grécia antiga, os Jogos Olímpicos
eram realizados em homenagem a Zeus, divindade máxima daquela sociedade e
considerado o “pai dos deuses e dos homens”. Na época, o fogo também
possuía muitas conotações divinas para os gregos, que acreditavam que
ele havia sido roubado dos deuses por Prometeus.
Portanto, durante todo o período da competição, uma chama queimava no
templo dedicado a Zeus e também no de Hera, sua esposa. Atualmente, a
tocha olímpica é acesa no mesmo local onde ficava o templo de dessa
deusa.
Nos primeiros Jogos Olímpicos modernos, que começaram em 1896, a
chama não esteve presente. Foi apenas em 1928, nos jogos de Amsterdã,
que ela apareceu pela primeira vez nas competições atuais. Já o
revezamento da tocha olímpica — evento que antecede o início dos jogos —
estreou nas Olimpíadas de Berlim, em 1936.
2. Tocha à prova d’água e acesa por laser
Normalmente, a tocha é carregada por corredores que levam a simbólica
chama ao longo do percurso. Mas, com o passar dos anos, os
organizadores dos jogos começaram a inovar e a tornar o revezamento mais
interessante, com parte do trajeto sendo feita com bicicletas, cavalos e
embarcações. Em 1988, Maurice Ouimet transportou o fogo de uma maneira
inovadora, atravessando o lago Simcoe com uma moto de neve, em Ontario,
no Canadá, para chegar à cidade de Calgary.
Outra surpresa se deu nas Olimpíadas de 2000, quando mergulhadores
levaram a chama por debaixo d’água, passando pela Grande Barreira de
Corais, na Austrália. Isso foi bacana, mas não tanto quanto nos jogos de
1976, quando a tocha foi da Grécia para o Canadá por meio de, pasmem,
um satélite.
Para homenagear o domínio tecnológico da humanidade, um sensor
detectou quando a tocha foi acesa na Grécia e, logo em seguida,
transmitiu o sinal para o Canadá por satélite. Dessa forma, um
computador acionou um laser que acendeu a chama em outro continente.
3. Celebridades participam do revezamento
Além de meios de transporte inusitados, outra forma de chamar a
atenção para o revezamento da tocha olímpica é convidando pessoas
famosas para participarem dele. Em maio deste ano, por exemplo, um
integrante da banda Black Eyed Peas — will.i.am — foi o artista da vez. A tocha será carregada por uma cidadã de Londres
que passou de anônima a celebridade em pouco tempo: Diana Gould, de 100
anos, será a carregadora de tocha mais velha do mundo.
E o rol de pessoas famosas não é pequeno: David Beckham, P-Diddy, Tom Cruise, Donald Trump e outros já participaram do ritual.
4. Alguns números sobre a tocha
Que tal alguns números sobre o revezamento de tochas nas Olimpíadas
de 2012? No total, são oito mil pessoas para carregar a chama pelos mais
de 12,8 mil quilômetros percorridos, utilizando oito mil tochas que
passam por mil cidades diferentes, no período de 70 dias.
5. O que acontece com as tochas?
Bem, é claro que as oito mil tochas utilizadas neste ano não irão
para o lixo depois do evento. Quem a carregou pode comprá-la, caso se
interesse, pelo valor de US$ 330 (cerca de R$ 670). E, apesar de cara,
há quem pense nisso como um investimento e, depois, consegue vender o
item no eBay por milhares de dólares.
6. Carregar a tocha não é fácil
Tudo bem, hoje em dia a tarefa de carregar a tocha olímpica parece
fácil e simples. Mas nem sempre foi assim. Em 1956, nas Olimpíadas de
Melbourne, Austrália, a chama da última parte do trajeto usava como
combustível uma mistura sólida de magnésio e alumínio que gerava belas
faíscas, dando um efeito mais impressionante à cerimônia. Porém, o que
ninguém cogitou na época é que essa “pirotecnia” poderia prejudicar o
atleta. Foi o caso do corredor Ron Clarke, que sofreu um bocado com
aquelas faíscas quentes.
7. Cuecas em chamas
É claro que eventos de grandes proporções chamam a atenção de pessoas
que desejam protestar ou simplesmente “tirar uma onda” com a ocasião.
Em 1956, o revezamento da tocha olímpica dos jogos de Melbourne,
Austrália, foi a ocasião escolhida por um estudante de medicina
veterinária que passou pelo cordão de isolamento e até mesmo pelo
prefeito da cidade carregando uma tocha falsa.
Um detalhe que não pode passar batido é o material usado para
construir a réplica da tocha olímpica: uma perna de cadeira, uma lata
vazia de pudim de ameixa e, como combustível para a chama, algumas
cuecas. O pior de tudo é que a tocha falsa ficou bem parecida com a
verdadeira.
8. E se a chama apagar?
Como sabemos, o fogo das tochas tem que vir da chama original,
acendida na Grécia. Mas, como seria arriscado demais carregar apenas uma
amostra dessa chama por diversos países, a delegação carrega uma
espécie de backup do fogo. Além da tocha, existem quatro lamparinas que
mantêm a chama acesa por um tempo muito longo e, assim, em caso de
acidentes, fica fácil retomar a atividade.
Sim, nós sabemos que, de certa forma, isso é trapaça. Mas
convenhamos: é muito melhor do que ter que parar tudo, voltar para a
Grécia e recomeçar o trajeto.
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