Papa Bento XVI em seu escritório// Crédito: Divulgação Vaticano
Nesta
lista você não irá encontrar teorias sobre a ressurreição de Jesus,
nenhuma informação sobre os evangelhos apócrifos ou sobre Maria
Madalena. No entanto, o site Neatorama
revelou cinco segredos sobre o Vaticano, cidade com pouco mais de mil
habitantes, mas que tem uma complexa rotina e que, mesmo na atualidade,
ainda é cercada de mistérios.
1. O exorcismo está em alta
Segundo
a Igreja Católica, os demônios ainda rondam o “reino dos mortais” e
dominam o corpo de pessoas inocentes. Parece absurdo? Pois saiba que
existem registros de que o próprio Papa João Paulo II realizou pelo
menos três exorcismos durante sua regência. E não pense que esses foram
casos isolados – a verdade é que a vida dos exorcistas da Igreja é bem
agitada. Um dos esconjuradores oficiais do Vaticano, o padre Gabriele
Amorth, diz que expulsa, pelo menos, 300 demônios por ano. A atividade é
tão intensa que o Papa Bento XVI até aumentou o número de exorcistas
licenciados pela Igreja. Quer saber como essa prática ainda existe,
mesmo após a ciência ter descoberto doenças que explicariam os casos de
“possessão”? O padre Amorth conta que, para saber se um paciente está
realmente possuído ou se está apenas doente, mostra um crucifixo e água
benta para ele – os possessos não suportam a visão dos objetos sagrados.
2. Os pecados (quase) imperdoáveis
Padres
e bispos podem absolver assassinos e até genocidas, caso eles se
confessem, mas existem pecados ainda mais graves aos olhos da Igreja,
que não podem ser perdoados após uma simples confissão. São cinco ações
quase imperdoáveis e, destas, três só podem ser cometidas por membros do
clero: quebrar o segredo de confissão, participar diretamente de um
aborto ou ter relações sexuais e depois oferecer absolvição ao seu
parceiro. Os outros dois pecados, que podem ser cometidos por qualquer
pessoa, são profanar a eucaristia (quando católicos repartem pão e
vinho, representando o corpo e o sangue de Jesus) e tentar assassinar o
Papa. Após realizar qualquer uma dessas ações, a pessoa é
automaticamente excomungada da Igreja e só poderá ser absolvida por um
tribunal do catolicismo, conhecido como Penitenciária Apostólica. Essa
organização formada por cardeais existe há mais de 800 anos, mas foi só
em 2009 que ela deixou de ser secreta e parte de suas atividades foram
reveladas ao público. Usando o poder investido a ela pelo Papa, a
Penitenciária decide se irá readmitir o “réu” no catolicismo e qual será
sua penitência – que, suspeitamos, é mais do que algumas “Ave Marias”.
3. Papa tecnológico
Acha
o clero arcaico em pleno século XXI? Caso você não saiba, o Papa Bento
XVI envia, constantemente, resumos de seus sermões via SMS para o
celular de milhares de fiéis ao redor do mundo – para receber as
mensagens, basta se inscrever no serviço mobile do Vaticano. Além disso,
a Igreja tem um canal oficial no YouTube para transmitir cerimônias
papais e um aplicativo para iPhone que distribui o conteúdo do
Breviário, famoso livro de orações. E a ligação do Papa com a tecnologia
não para por aí: como ele se comprometeu a combater o aquecimento
global, foram instalados painéis solares sobre o auditório “Papa Paulo
VI”.
4. Igreja e máfia
Na
manhã do dia 29 de setembro de 1978, o Papa João Paulo I foi encontrado
morto em sua cama, apenas 33 dias após assumir o papado. Um ataque
cardíaco foi apontado como a causa oficial da morte, mas não houve
autópsia. Parece estranho? Após um escândalo que expôs a ligação da
máfia italiana com o Banco do Vaticano, foi levantada a hipótese de que o
presidente do banco, o padre Paul Marcinkus, poderia estar envolvido na
morte de João Paulo I. Sem perder tempo, Marcinkus fugiu para os
Estados Unidos, pediu imunidade diplomática e ficou por lá. O mais
inquietante é que mesmo com a sua conexão com a Máfia, com a possível
morte do Papa e após ter causado um rombo no Banco do Vaticano, ele
nunca foi indiciado. Sua frase mais conhecida? “A Igreja não funciona
apenas de ‘Ave Marias’”.
5. Vaticano no vermelho?
De
quanto dinheiro o Vaticano precisa para funcionar? Pense nos gastos da
religião católica, com todas as igrejas ao redor do mundo, todo o clero,
as bibliotecas, escolas e hospitais mantidos pela organização. A cada
ano são gastos centenas de milhões de dólares com a manutenção destas
estruturas. E de onde vem o dinheiro? Os católicos pagam cerca de 100
milhões de dólares, anualmente, diretamente para o Vaticano, em forma de
doação. Isso sem contar o que é coletado nas igrejas ao redor do mundo.
Mesmo assim, as “cestinhas” passadas pelos fiéis em todas as missas não
são a única forma de lucro da Igreja. A própria cidade-estado, no
centro de Roma, gera uma grande renda através do turismo e com a venda
de produtos como selos, cartões-postais, livros e tudo o que se pode
encontrar em lojas de souvenir. Mas isso nem sempre é suficiente. Em
2007, por exemplo, o Vaticano estava com uma dívida de 13,5 milhões de
dólares, causada pela baixa da moeda americana e pela queda nas vendas e
nas assinaturas do jornal oficial da Igreja, o L’Osservatore Romano.
Tanto que, para aumentar a saída da publicação, o Papa autorizou a
publicação de notícias e de imagens chamativas, além do conteúdo
religioso tradicional.
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