O Nome do Vento é o primeiro de três
livros (que falam sobre três dias) em que Kvothe conta sua história a um
cronista. Essa história é de um grande herói como aqueles das músicas
dos bardos, mas no primeiro livro não chegamos a conhece-lo. É que o
Kvothe está escondido como um simples hospedeiro e foi se esquecendo
quem realmente era, então no presente vemos apenas sombras de quem um
dia ele foi. Já no passado, ele está contando o início de sua vida
(quando era criança e adolescente), então o que vemos é ele em formação.
Ou seja: Em “O Nome do Vento” vemos as bases tanto no presente quanto
no passado para descobrir quem o tal grande Kvothe realmente é.
Eu falo isso porque eu lia sinopses e
resenhas do livro imaginando um grande herói e aventuras surpreendentes,
mas não é exatamente isso que encontramos. Não que o livro tenha me
decepcionado.
Nós conhecemos três momentos da vida
dele: quando ele vivia em uma trupe itinerante com os pais e começou a
aprender simpatias; quando ele enfrentou a vida nas ruas de uma cidade
cruel e virou uma espécie de animalzinho; e quando ele vai para a
Universidade, começa a estudar, a criar a própria fama, a arranjar
inimigos, a descobrir o mundo e ainda se apaixona.
A primeira parte vai meio devagar, mas o
estilo de escrita do autor é atraente e você fica curioso para saber
onde aquilo vai dar, já que está começando a conhecer o mundo de Kvothe.
Na segunda fica bem mais lento e confesso
que tive que me forçar a ler um pouco. Como eu disse, ele é tipo um
animalzinho e não pensa, vive por reflexos e “apaga” quem era. Então é
um pouco cansativo e sem perspectiva, mas não ruim quanto à qualidade do
livro. É só que é um momento ruim para o personagem e, portanto,
difícil de gostar.
Já a terceira parte é a maior e mais
legal, como você deve ter imaginado sozinho. É legal que nós vemos um
Kvothe já mais crescido, precisando lidar com a pobreza para avançar nos
estudos. Essa necessidade do personagem é o que motiva todo esse trecho
e faz com que a história se desenvolva em mil maneiras, porque é assim
que ele arranja inimigos, ou que enfrenta alguns problemas com
professores. É por causa disso que ele acaba encontrando a música. E
através da música que ele encontra a garota.
Às vezes me lembra a Harry Potter, pelo
jeito da Universidade, mas o mundo é muito mais aberto já que ele não
tem os confortos de Hogwarts e pode ir e vir. Também me lembrou a Game
Of Thrones, por causa do jeito medieval de tudo. Tem até uma Alice no
País das Maravilhas do submundo, que não tem nada a ver e ao mesmo tempo
tudo a ver com a história.
Eu gostei bastante do livro, do estilo de
escrita do autor, de como ele faz os diálogos e cria romances tão
reais. No final, a vontade é de ir direto para o outro. Mas no geral não
é aquele livro maravilhoso que todo mundo tem que ler. E acho que é até
difícil os mais novos acostumados a Percy Jackson gostarem. De qualquer
forma, é um livro no mínimo bom, que pode chegar a agradar muito
dependendo do que a pessoa busca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário